Ana Elisa Santana – Do Portal EBC
Patrimônio Cultural Mundial desde 1985, o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, localizado na cidade mineira de Congonhas, a 75 quilômetros (km) de Belo Horizonte, ganha nesta terça-feira (15) um espaço que o homenageia e reconhece sua importância histórica e artística: o Museu de Congonhas. A instituição, é fruto de uma parceria entre Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a prefeitura da cidade.
O objetivo é que o museu funcione como uma extensão da parte histórica da cidade, para que os turistas conheçam o passado e compreendam a importância da região. “Queremos potencializar a interpretação do museu a céu aberto que temos aqui. Todas as pessoas que passarão pelo museu terão mais recursos para entender as questões ligadas à devoção e à arte do Santuário”, afirma a coordenadora do programa educativo do museu, Maria de Lourdes Reis.
Interatividade
A visita ao museu oferece diferentes percepções: logo na entrada, os visitantes deparam com os sons dos passos e a imagem dos romeiros que, todos os anos, reúnem-se em Congonhas para um jubileu que acontece há mais de dois séculos. Em uma das salas seguintes, o som ambiente é uma ladainha gravada por beatas da cidade. Telas interativas apresentam detalhes das obras e histórias retratadas em maquetes, ilustrações e vídeos que se encontram em todo o espaço.
Preservação
O Santuário foi construído entre 1757 e o início do século XIX e é formado pela Basílica, que tem uma escadaria decorada por esculturas dos 12 profetas em pedra-sabão, todas obras de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho; além de seis capelas com cenas da Via-Sacra, somando 64 esculturas em cedro feitas em tamanho natural. No conjunto, trabalhou também o pintor barroco Manoel da Costa Athaíde, conhecido como Mestre Athaíde.
O Museu de Congonhas teve um custo total de R$ 25 milhões e foi financiado com recursos captados pela Lei Rouanet, apoio não reembolsável de R$ 7,1 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), recursos próprios da prefeitura de Congonhas e o apoio de patrocinadores.